A presidente da ASNAB, Dóris Cerqueira, afirmou nesta terça-feira (10) que a ASNAB não é contra um processo de modernização da Conab, mas se preocupa com a situação dos empregados da companhia diante de uma futura reestruturação da estatal.
Durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, Dóris destacou que até o momento a Conab tem cumprido o que está previsto no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e realocando os funcionários de armazéns que foram fechados.
No entanto, destacou a presidente da ASNAB, para o próximo ACT a Conab quer a exclusão dessa cláusula, o que deixará os funcionários de unidades encerradas desamparados.
A presidente da ASNAB destacou ainda que apesar das promessas de que a Conab não será privatizada, a estatal ficará menor e é preciso saber o que acontecerá com os funcionários da estatal.
“Mesmo com a afirmativa do presidente do conselho, dos dirigentes e do representante do Ministério da Economia de que a Conab não será privatizada ela terá uma diminuição de tamanho e se mostra isso um fato real. Fica a pergunta: o que será feito dos empregados da empresa quando for feito essa diminuição”, questionou.
Segundo Dóris, manter a Conab apenas como uma empresa de informações agrícolas não atende a carência alimentar da população brasileira.
Dóris destacou o importante papel social da empresa, que além de fazer controle de estoques, evitando alta de preços de produtos agrícolas.
Privatização
Aos parlamentares presentes na Comissão, o presidente do Conselho de Administração da Conab, Paulo Márcio Mendonça Araújo, afirmou que nunca houve no atual governo a intenção de privatizar a Conab, mas que a empresa terá que mudar a sua atuação. “Ela precisa mudar a sua estratégia de atuação em função da dinâmica de mercado”, afirmou.
Segundo ele, é preciso que a empresa fortaleça os serviços que ela opera com excelência, como o levantamento de safra e o trabalho social. O deputado federal Vilson da Fetaemg (PSB-MG) destacou que o fechamento de armazéns é uma forma disfarçada de privatizar a Conab e que ele é contra qualquer enfraquecimento da empresa. “Nosso mandato é contra, queremos uma Conab forte, defendendo o capital humano que lá trabalha”, afirmou.